Jorge Nuno Pinto da Costa recebeu os vencedores da Taça das Taças de 1982 no Museu FC Porto.
Foi um momento simbólico mas a transbordar de significado aquele que o Museu FC Porto testemunhou na manhã deste sábado. Jorge Nuno Pinto da Costa recebeu todos os vencedores da Taça das Taças de hóquei em patins de 1982, a primeira (grande) conquista de uma secção que se viria a tornar a mais vitoriosa em Portugal, como sublinhou o presidente mais titulado do mundo. João de Brito, o treinador, falou de “momentos inolvidáveis”, enquanto António Vale, o capitão, relembrou o “suor” e as “lágrimas” que sustentaram esta conquista. Vítor Hugo, o homem-golo da final, não tem dúvidas de que este triunfo “marcou o clube e o hóquei em patins”.
Jorge Nuno Pinto da Costa
“Recordar é viver. E quando se recorda um feito destes, com 40 anos, vive-se muito mais do que quando se evocam momentos recentes. Foi uma jornada gloriosa numa modalidade que precisava finalmente arrancar para as grandes vitórias e considero que foi o início, pelo valor demonstrado dentro do campo e pela coragem que tiveram por todos os incidentes que aconteceram para nos tirarem a taça, de todas as grandes vitórias que o hóquei em patins tem trazido para o FC Porto. O que me enche ainda mais de alegria é ver que todos aqueles que contribuíram para esta conquista estão aqui presentes. É uma felicidade muito grande saber que todos estão bem. Vocês fazem parte da história do FC Porto e não era preciso recordá-lo hoje, pois toda a gente sabe. Mas é bom lembrar aos mais novos que foi neste dia, com esta taça, que o hóquei em patins do FC Porto se tornou na secção mais vitoriosa da modalidade em Portugal. Daqui a 40 anos estarei aqui à vossa espera.”
João de Brito (treinador)
“Foram momentos inolvidáveis. Era uma equipa de jovens que trabalharam duro para conseguirem o objetivo, e o objetivo era ganhar esta taça. Vencemos o Sporting e fomos campeões da Taça das Taças. Para mim, foi uma honra e algo muito importante. Há duas pessoas que tiveram muita importância nos êxitos do hóquei em patins do FC Porto: o senhor Ilídio Pinto e o senhor Sampaio Mota. Este evento valoriza o FC Porto e o nosso feito.”
António Vale (capitão)
“Foi com muito orgulho que conquistámos esta taça, com muito suor e muitas lágrimas. Em Alvalade, joguei a segunda parte toda com um olho e meio, pois levei seis pontos no sobrolho e mais sete na nuca. Fiz a segunda parte toda com 13 pontos, tantos quantos os golos que o Vítor Hugo marcou nos dois jogos com o Sporting. Como o presidente referiu, foi a primeira taça europeia que a secção de hóquei em patins conquistou e a partir daí foi um galopar de conquistas.”
Vítor Hugo (autor de 13 dos 20 golos do FC Porto nas duas mãos da final)
“Foi um momento único, pois já andávamos há algum tempo a tentar conquistar um troféu. Pessoalmente, tinha 18 anos e tinha acabado de chegar ao clube, mas lembro-me do ambiente fantástico no Américo de Sá. Na primeira mão marcámos 13 golos ao Sporting, uma equipa que tinha sido campeã do mundo e que era fortíssima, mas demos um recital de hóquei em patins. Foi o melhor jogo daquela equipa, sem dúvida. Esta conquista marcou o clube e o hóquei em patins, pois foi o primeiro troféu do hóquei em patins e logo um troféu internacional. Dedico esta vitória a dirigentes que nos acompanharam e que já não estão cá, como o Alexandre Ribeiro da Silva. É com alguma nostalgia que me lembro desses momentos e mesmo depois dos 13-4 no Américo de Sá, estávamos com algum receio do jogo da segunda mão.”
Fonte: fcporto.pt